terça-feira, 12 de abril de 2016

CONHEÇA OS FILMES PRODUZIDOS NO CINEMAÇÃO

Este ano os temas roteirizados e produzidos pelos alunos são bem contundentes e tratando alguns dos principais conflitos atuais no País. Os filmes falam sobre o feminismo no funk, o conflito interno de um homem que viveu a ditadura militar e hoje acompanha as manifestações que pedem o retorno desta e a vida de um imigrante haitiano na cidade de São Paulo. Confira as sinopses e fichas técnicas de cada filme, enquanto aguardamos o lançamento deles no 27° Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo.


“MC Mone” 

Duração: 10'
Simone é funkeira e defende a causa das mulheres. Convidada por um produtor musical, a fazer músicas sensuais, fica dividida entre a necessidade financeira e as suas convicções pessoais. 



Alunos Direção: Amanda Pina, Kadu Rossi e Karol Bueno
Alunos Produção: Bruna Santos e Mayra Solimar
Alunos Fotografia: Gilberto Ferreira, Joyce Rocha e Tiago de Souza
Alunos Som: Ícaro San Carlo e Joyce Rocha
Alunos Roteiro: Bruna Santos, Karol Bueno e Raquel Medeiros
Alunos Edição: Tais de Souza Ribeiro



 “1972” 

Duração: 9'
Eduardo vive assombrado pelo passado político de seu País enquanto se esconde atrás do balcão de um bar. Confrontado por dois jovens que pedem a volta da ditadura militar, Eduardo resolve enfrentar seus fantasmas e sair de sua prisão interna.


Alunos Direção: Júnior Oliveira, Maisa Pimentel e Rodrigo Ribeiro
Alunos Produção: Jéssica Brito e Karina Vieira
Alunos Fotografia: Adriane Sanseverino e Marco Antonio Soares
Alunos Som: Renato Albuquerque e Rogério Ultramari
Alunos Roteiro: Maisa Pimentel e Marco Antonio Soares
Alunos Edição: Aline Maxime e Pedro Abreu do Nascimento


“Joel” 

Duração: 10'
Joel é imigrante haitiano, vive em São Paulo como orientador social de outros imigrantes e enfrenta diariamente a distância da família, a opressão e preconceito em seu trabalho. Alimentado por suas convicções e talento, busca decidido uma saída na arte.

Alunos Direção: Elaine Coutrin, Fredo Peixoto
Alunos Produção: Danni França e Isa Colombo
Alunos Fotografia: Felipe Murgas e Jordana Braz
Alunos Som: Gildeane Kelly e Vinicius Linhares
Alunos Roteiro: Fredo Peixoto, Júnior Oliveira e Roberto Brilhante
Alunos Edição: Ana Carolina

segunda-feira, 4 de abril de 2016

ALUNOS COMENTAM O CINEMAÇÃO




“Ter participado das Oficinas da Kinoforum foi transformador na minha relação com a fotografia, mas também na minha experiência como pessoa. Trabalhar e respeitar o espaço que cada área tem dentro de uma equipe de audiovisual, driblar imprevistos no set de filmagens e tantas outras coisas foram situações novas para mim e que eu vou levar comigo além do período da oficina. Foi uma experiência que me amadureceu em diversos aspectos. Além disso, os profissionais da Kinoforum deram todo o auxílio e suporte para que o curta fosse realizado.”
Jordana Braz – aluna de fotografia


“Esse tipo de iniciativa é indispensável, pois o mundo do cinema é complicado, ele tem lugar para quem sabe fazer, para quem está aprendendo é muito difícil você conseguir entrar em um projeto, então ter oficinas que propiciem essa experiência é crucial para você fazer parte dos que sabem, são profissionais que te ajudam e te aconselham, e nada mais importante que aprender fazendo.”
Jéssica Brito – aluna de produção


“Sobre as oficinas acho que tem uma grande importância para a sociedade de um modo geral abrindo a oportunidade de apresentar o audiovisual para jovens que já conhecem e aos que tem vontade de conhecer. O suporte da oficina para a realização foi total, tanto como na preparação quanto nas locações mesmo quando nos deparávamos com alguma dificuldade tínhamos o suporte de alguém da equipe da oficina para nos auxiliar com possíveis duvidas ou problemas.”
Marcos Soares – aluno de fotografia.



“A proposta das oficinas Kinoforum de entender, apreender e por em prática as diversas áreas do cinema foi essencial para mim enquanto alguém que busca formação e conhecimento na área do cinema, pensando em mercado e também no estudo de conteúdo audiovisual. O primeiro momento da oficina, centrado nos estudos mais teóricos foram importantes para entender a linguagem do cinema, questões como decupagem, análise técnica, storyboard, entre outros. A partir do conteúdo passado colocamos em prática já tendo como base o roteiro escolhido, no meu caso 1972. Esse processo inicial nas oficinas foi essencial para o andamento do projeto.”
Junior Oliveira – aluno de direção


“A Kinoforum ofereceu aulas práticas bastante consistentes para os participantes que escolheram o módulo de som. Além desta parte teórica tivemos suporte de equipamentos.”
                                                                                                                            Ícaro San Carlo – aluno de som

quarta-feira, 30 de março de 2016

Diário de Bordo: Módulo II - Áreas Técnicas

De 23 de novembro de 2015 a 10 de janeiro de 2016
As inscrições para as Oficinas Módulo II - Áreas Técnicas foram on line e a comissão avaliou seus candidatos através de um arquivo Excel que reuniu todas as informações dos candidatos. Foi feito o pente fino dos candidatos e então a seleção foi feita, após uma reunião que ocorreu entre a comissão, entre cada departamento e coordenação. A comissão de seleção desta etapa foi formada por Jorge Guedes, May Solimar, Mauro Daddio, Christian Saghaard, Fernando Watanabe. O principal critério utilizado foi o perfil sócio econômico e educacional do candidato e a motivação para fazer a oficina. Priorizamos candidatos que vinham de um ensino médio em escola pública e com forte motivação para se aprofundar no audiovisual, mesmo que já houvesse alguma experiência em outras oficinas, ou mesmo cursos de audiovisual em universidades particulares. Quando conhecíamos o candidato de oficinas anteriores, o critério utilizado foi o comprometimento durante as oficinas Módulo I.
Inscreveram-se 273 candidatos, destes foram selecionados 41. Desses 41 tivemos algumas desistências quando fizemos uma segunda chamada. Ao final do curso tínhamos 30 alunos. Foram selecionados:

FOTOGRAFIA
Gilberto Ferreira
Joyce Rocha
Tiago de Souza
Adriane Sanseverino
Marco Antonio Soares
Felipe Murgas
Jordana Braz

EDIÇÃO
Ana Carolina
Aline Maxime
Pedro Abreu do Nascimento
Tais de Souza Ribeiro

SOM
Ícaro San Carlo
Joyce Rocha
Renato Albuquerque
Rogério Ultramari
Gildeane Kelly
Vinicius Linhares

DIREÇÃO
Elaine Coutrin
Fredo Peixoto
Júnior Oliveira
Maisa Pimentel
Rodrigo Ribeiro
Elaine Coutrin
Fredo Peixoto

PRODUÇÃO
Danni França
Jéssica Brito
Karina Vieira
Isa Colombo
Bruna Santos
Mayra Solimar

De 18 a 22 de janeiro de 2016

Fase das Palestras Teóricas. O ciclo de palestras foi dividido pelas áreas de Montagem, Direção, Fotografia, Som e Produção. A cada dia tivemos um palestrante: Jorge Guedes, João Godoy, Christian Saghaard, André Francioli e Mauro D'Addio.

25 de Janeiro de 2016


Nesta data aconteceu o pitching de roteiros e a divisão de equipes.

De 26 de Janeiro a 26 de Fevereiro de 2016 (com exceção dos finais de semana)
Esta etapa foi caracterizada por duas atividades centrais. Aulas específicas teóricas e práticas; e a prática da preparação, pré-produção dos curtas sob a supervisão e consultoria dos professores de cada área. Cada equipe dos curtas foi formada por três alunos da direção sendo um deles dirigindo e os outros assumindo a assistência de direção ou direção de arte ou até mesmo co-direção conforme o caso, três produtores que se revezaram nas funções de set e direção de produção, 02 diretores de fotografia e operadores de câmera, dois técnicos de som, e três editores por filme.
Os alunos de Direção aprenderam a função do diretor e do assistente de direção na realização de um filme, noções de decupagem e enquadramento e dirigiram e acompanharam a produção dos curtas realizados durante esta oficina; os alunos de produção entraram em contato com detalhes da função do diretor de produção, aprenderam a planejar as filmagens, fazer as decupagens de produção dos roteiros, a lidar com as planilhas utilizadas nos filmes, a escrever as cartas de produção, a organizar e conduzir a equipe; os alunos de fotografia tiveram aulas práticas e aprenderam as técnicas no uso dos equipamentos de gravação e iluminação, os alunos de som pensaram nas estratégias de captação do som de cada curta; os alunos de edição entraram em contato com teorias de montagem e editaram os vídeos da oficina aprendendo a utilizar o programa Final Cut.

De 27 de Fevereiro a 06 de Março de 2016


Durantes esta etapa, os alunos efetivaram as gravações. O material, captado diariamente, servia para que os alunos de edição que continuaram em aulas e exercícios práticos iniciassem a organização do material gravado e a edição propriamente dita. Nesta etapa, as gravações ocorreram com a supervisão dos professores que passaram nos sets de filmagem conforme a demanda e complexidade de cada filme. Este ano contamos com a ajuda de 03 monitores também que foram destinados para os grupos de acordo com o grau de dificuldade dos curtas.

De 7 de Março a 27 de Março de 2016 (com exceção dos dias 12, 13 e 19 de Março)

Esse foi o período dedicado a etapa final da oficina: a edição e finalização dos vídeos. Novamente os professores de produção, direção e edição, acompanharam a etapa da montagem até a versão final do curta-metragem. Devido a dificuldade para a edição dos curtas, que neste ano vieram com um material bruto mais complexo, os alunos desta área pediram um dia a mais para poderem editar. O dia foi 20/03/2016 (domingo).

28 de Março de 2016


No último dia de oficina, houve a exibição dos vídeos realizados para todos os participantes e uma discussão sobre o resultado dos filmes. Após a exibição os alunos teceram comentários e entramos na fase de finalização onde algumas alterações de montagem ainda foram feitas a pedido dos alunos.

Ficha Técnica dos Curtas:

MC Mone
Duração estimada: 10'
Sinopse: Simone é funkeira e defende a causa das mulheres. Convidada por um produtor musical, a fazer músicas sensuais, fica dividida entre a necessidade financeira e as suas convicções pessoais.

Alunos Direção: Amanda Pina, Kadu Rossi e Karol Bueno
Alunos Produção: Bruna Santos e Mayra Solimar
Alunos Fotografia: Gilberto Ferreira, Joyce Rocha e Tiago de Souza
Alunos Som: Ícaro San Carlo e Joyce Rocha
Alunos Roteiro: Bruna Santos, Karol Bueno e Raquel Medeiros
Alunos Edição: Tais de Souza Ribeiro

1972
Duração estimada: 9'
Sinopse: Adalberto vive assombrado pelo passado político de seu País enquanto se esconde atrás do balcão de um bar. Confrontado por dois jovens que pedem a volta da ditadura militar, Adalberto resolve enfrentar seus fantasmas e sair de sua prisão interna.

Alunos Direção: Júnior Oliveira, Maisa Pimentel e Rodrigo Ribeiro
Alunos Produção: Jéssica Brito e Karina Vieira
Alunos Fotografia: Adriane Sanseverino e Marco Antonio Soares
Alunos Som: Renato Albuquerque e Rogério Ultramari
Alunos Roteiro: Maisa Pimentel e Marco Antonio Soares
Alunos Edição: Aline Maxime e Pedro Abreu do Nascimento

Joel
Duração estimada: 10'
Sinopse: Joel é imigrante haitiano, vive em São Paulo como orientador social de outros imigrantes e enfrenta diariamente a distância da família, a opressão e preconceito em seu trabalho. Alimentado por suas convicções e talento, busca decidido uma saída na arte.


Alunos Direção: Elaine Coutrin, Fredo Peixoto
Alunos Produção: Danni França e Isa Colombo
Alunos Fotografia: Felipe Murgas e Jordana Braz
Alunos Som: Gildeane Kelly e Vinicius Linhares
Alunos Roteiro: Fredo Peixoto, Júnior Oliveira e Roberto Brilhante
Alunos Edição: Ana Carolina

Diário de Bordo: Módulo II - Roteiro

De 07 a 22 de novembro de 2015

Nesse período as Oficinas Módulo II - Roteiro recebeu 48 inscrições.

Este ano o tema dos argumentos para as inscrições foi O BRASIL DE HOJE. A seleção foi feita com base nos argumentos apresentados dentro deste tema mais geral e no perfil sócio econômico dos alunos e na criatividade das propostas. Priorizamos o perfil sócio econômico menos favorecido ou proveniente de escolas públicas durante o ensino médio. Vieram temas bem contundentes tratando dos principais conflitos atuais no País. E, dentre todos, selecionamos 03 temas: feminismo hoje, manifestações de direita x ditadura militar recente, xenofobia e racismo no Brasil.

Selecionamos um número maior de alunos e apostamos na escrita por três pessoas em cada grupo. Devido a uma desistência, porém um grupo ficou em dupla, como era nos demais anos. Uma comissão de seleção formada por Jorge Guedes e pelo professor de roteiro André Collazzi reuniu-se e avaliou todas as propostas e o perfil sócio econômico e educacional dos candidatos. Foram selecionados:

Bruna Santos
Karol Bueno
Raquel MedeirosMaisa Pimentel
Marco Antonio Soares
Fredo Peixoto
Júnior Oliveira
Roberto Brilhante

De 30 de novembro a 11 de Dezembro de 2015 (com exceção dos dias 5 e 6 de Dezembro de 2015)


Período das aulas realizadas na sede da Associação Cultural Kinoforum, localizada na Av. Dr. Vieira de Carvalho, 192, apto 101- Arouche. Os alunos aprenderam técnicas de escrita de roteiro e desenvolvimento de estrutura narrativa e de trama para cinema. Durante esta oficina os alunos se dividiram em 03 grupos para a escrita dos 03 roteiros que não podem ultrapassar 10 minutos de duração. O professor de roteiro alternou as aulas teóricas com a prática da escrita dos roteiros que foram filmados.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Entrevista com Marcos Soares, fotografia em "1972"

Chega ao fim mais uma temporada das nossas Oficinas.

Conversamos com alguns dos selecionados que nos contaram sua experiência em participar das Oficinas Kinoforum e ter uma possibilidade de novas vivências e experiências oferecidas gratuitamente a todos pela Prefeitura, com o aprofundamento nas questões que envolvem a realização audiovisual, o desafio de transcrever o roteiro para imagens e suas expectativas de impacto aos espectadores. Acompanhe nossa entrevista com Marcos Soares, fotografia em "1972":



Faça uma breve apresentação do seu histórico em audiovisual.

Tive o primeiro contato com o audiovisual para cinema em uma Oficina chamada Cine Podepá, onde participei da escrita do roteiro e Direção de Fotografia, nas oficinas Kinoforum também me decidi pela fotografia, pois tenho uma grande paixão por esta área, desde muito jovem devo um pouco dessa paixão por causa do meu pai que trabalhou mais de 45 anos com foto jornalismo.

Qual o tema abordado no curta metragem? De onde veio a inspiração?

No curta “1972” abordamos um tema delicado no meu ponto de vista que é a reivindicação de alguns jovens nos dias de Hoje pela volta da ditadura militar. A inspiração base para escrita do curta veio de alguns “amigos” de redes sociais ver os comentários muitas vezes sem nenhum nível de conhecimento histórico do que foi a ditadura militar, alguns destes “amigos” trocam de lugar de oprimido para opressor.

Como foi o desafio de transcrever o roteiro para imagens?

A sensação é incrível quando se chega ao resultado, mas mesmo com todo o suporte dos professores e a pressão de estarmos próximos das semana de gravação é bem tenso, Mas acho que os deuses conspiraram em favor do Curta 1972 pois tive o prazer de aprender muito com os amigos que participaram do desenvolvimento do curta.


Qual a importância das oficinas da Kinoforum e quanto ajudou o projeto a se tornar realidade?

Sobre as oficinas acho que tem uma grande importância para a sociedade de um modo geral abrindo a oportunidade de apresentar o audiovisual para jovens que já conhecem e aos que tem vontade de conhecer. O suporte da oficina para a realização foi total, tanto como na preparação quanto nas locações mesmo quando nos deparávamos com alguma dificuldade tínhamos o suporte de alguém da equipe da oficina para nos auxiliar com possíveis duvidas ou problemas.

Quais as locações utilizadas na filmagem?

No 1972 utilizamos 2 (duas) locações um Bar e um quarto.

Qual impacto você espera que o curta tenha nas pessoas que o vejam.

Espero que de certa forma possamos despertar o interesse pela historia do nosso pais e recordar a angustia do que foi os anos da ditadura em nosso pais, onde a falta de democracia e a supressão dos direitos constitucionais foram totalmente suprimidos, e que só foram reconhecidos novamente pelo sacrifício de muitas pessoas que lutaram pelo direito de todos e sofreram torturas psicológicas e físicas assim como tentamos demonstrar através do curta 1972.


Ficha técnica da equipe do Curta.

Roteiro - Maisa Pimentel e Marco Antonio Soares
Direção - Júnior Oliveira
Direção de Fotografia - Marco Antonio Soares e Adriane Sanseverino
Assistentes de Direção - Rodrigo Ribeiro e Maisa Pimentel

Produção - Jéssica Brito e Karina Vieira
Som - Renato Albuquerque e Rogério Ultramari


Entrevista por Sandro Duarte
Fotos por Rafael Ferreira

Entrevista com Junior Oliveira, direção em "1972"

Chega ao fim mais uma temporada das nossas Oficinas.

Conversamos com alguns dos selecionados que nos contaram sua experiência em participar das Oficinas Kinoforum e ter uma possibilidade de novas vivências e experiências oferecidas gratuitamente a todos pela Prefeitura, com o aprofundamento nas questões que envolvem a realização audiovisual, o desafio de transcrever o roteiro para imagens e suas expectativas de impacto aos espectadores. Acompanhe nossa entrevista com Junior Oliveira, direção em "1972":


Faça uma breve apresentação do seu histórico em audiovisual.

Tenho formação acadêmica em Comunicação Social - Rádio e TV e sempre me interessei pelo universo audiovisual. Minha escolha profissional caminhou nesse sentido. Durante o período da faculdade participei de algumas produções audiovisuais, escrevi e dirigi o filme “O Armário” como trabalho de conclusão de curso, tanto na academia quanto paralelo a ela. Dirigi alguns vídeos, escrevi alguns roteiros e produzi a maioria dos vídeos no qual estive presente. Paralelo a essas participações também continuei estudando sobre a linguagem cinematográfica.

Qual o tema abordado no curta metragem? De onde veio a inspiração?

O curta tem como mote um tema bem atual. O cenário político atual está estruturado numa polaridade política que faz gerar diversas discussões acerca de quais rumos tomar na política, e por esse motivo muitas pessoas adotam o discurso do retorno da ditadura militar. Nesse sentido, a abordagem do curta está direcionada a isso, entender como esse posicionamento afeta a vida de pessoas que viveram a crueldade do período militar e de como esses posicionamentos se apresentam em período de manifestações. Os roteiristas trouxeram de situações do cotidiano a inspiração para o texto, trazendo a discussão política contemporânea para o filme.

Como foi o desafio de transcrever o roteiro para imagens?

Todo processo de transcrição é sempre complexo. Nesse caso foi necessário ler, entender e refletir sobre a proposta de texto e a partir daí pensar o filme em cenas que pudessem contar essa narrativa. Nesse aspecto tivemos que levar em consideração também a produção do filme, pensar as gravações pela locação, os ambientes tinham particularidades que fez com que o grupo pensasse os planos de cada cena de maneira especifica. Além disso, pensamos em uma proposta de filmagem no qual prevalecessem planos mais estáticos, uma proposta pensada para criar uma identidade condizente com a proposta de narrativa que estava no roteiro.


Qual a importância das oficinas da Kinoforum e quanto ajudou o projeto a se tornar realidade?

A proposta das oficinas Kinoforum de entender, apreender e por em prática as diversas áreas do cinema foi essencial para mim enquanto alguém que busca formação e conhecimento na área do cinema, pensando em mercado e também no estudo de conteúdo audiovisual. O primeiro momento da oficina, centrado nos estudos mais teóricos foram importantes para entender a linguagem do cinema, questões como decupagem, análise técnica, storyboard, entre outros. A partir do conteúdo passado colocamos em prática já tendo como base o roteiro escolhido, no meu caso 1972. Esse processo inicial nas oficinas foi essencial para o andamento do projeto.

Quais as locações utilizadas na filmagem?

Utilizamos duas locações para as filmagens. Um depósito de um bar no Bairro de Santo Amaro e o bar localizado no bairro do Bom Retiro. Além disso, gravamos algumas imagens em detalhes no Memorial da Resistência.

Qual impacto você espera que o curta tenha nas pessoas que o vejam.

As intenções serão sempre variadas ao chegar no público. Mas, a maior atenção que pretendemos alcançar com o filme é que o público pense, em especial nas consequências de nossas palavras e de como é importante entender todo um contexto antes de demarcar opiniões que podem soar equivocadas. No filme a postura dos jovens que defendem a volta da ditadura militar afetam diretamente o funcionário do bar, em especial, porque a vida do Eduardo foi marcada por esse período de uma forma que ele não consegue superar tão facilmente.


Ficha técnica da equipe do Curta.

Roteiro - Maisa Pimentel e Marco Antonio Soares
Direção - Júnior Oliveira
Direção de Fotografia - Marco Antonio Soares e Annie Sanseverino
Assistentes de Direção - Rodrigo Ribeiro e Maisa Pimentel
Produção - Jéssica Brito e Karina Vieira
Som - Renato Albuquerque e Rogério Ultramari

Entrevista por Sandro Duarte
Fotos por Rafael Ferreira

Entrevista com Jordana Braz, fotografia em "Um Estrangeiro"

Chega ao fim mais uma temporada das nossas Oficinas.

Conversamos com alguns dos selecionados que nos contaram sua experiência em participar das Oficinas Kinoforum e ter uma possibilidade de novas vivências e experiências oferecidas gratuitamente a todos pela Prefeitura, com o aprofundamento nas questões que envolvem a realização audiovisual, o desafio de transcrever o roteiro para imagens e suas expectativas de impacto aos espectadores. Acompanhe nossa entrevista com Jordana Braz, fotografia em "Um Estrangeiro":


Faça uma breve apresentação do seu histórico em audiovisual.

Comecei a fotografar em 2008 e realizo, desde então, alguns projetos autorais na área de Fotojornalismo e Fotografia documental. Em 2010, comecei a expandir meu interesse em Fotografia para Cinema e iniciei um curso de Direção de Fotografia no mesmo ano, porém foi no mesmo período em que iniciei minha graduação na UNIFESP e por não conseguir conciliar os dois cursos, tive que abrir mão do curso de Direção de Fotografia. Em 2012, fui convidada para ser Fotógrafa Still do documentário “Uma Tonelada de Maracatu”, projeto contemplado pelo programa VAI, e durante as filmagens pude conferir bem de perto o trabalho do fotógrafo de cinema. E, finalmente, em 2016 fui uma das selecionadas para as Oficinas da Kinoforum.

Qual o tema abordado no curta metragem? De onde veio a inspiração?

O tema do curta é imigração e o personagem do curta é Joel, um haitiano que vive em São Paulo. A inspiração para o roteiro é o próprio personagem: Joel é real, veio do Haiti para Brasil e mesmo enfrentando dificuldades em seu emprego em uma repartição pública, tem o sonho de ser um artista reconhecido por seu talento e corre em busca de tornar seu sonho em realidade.


Como foi o desafio de transcrever o roteiro para imagens?

O desafio enfrentado foi mais na questão de aprender que imprevistos acontecem, seja pelo  dia que está chuvoso demais para gravar 'tal' cena ou até mesmo por ajustes na equipe... rs. Fora isso, não senti maiores dificuldades em transpor o tema do roteiro para imagem por eu já pesquisar o assunto bem antes da oficina, com um recorte maior para imigração Africana, e gostar de cineastas que tratam dessa temática, como o senegalês  Ousmane Sembène e o diretor e etnólogo francês Jean Rouch. Ter essas referências anteriores à realização do curta me ajudaram a pensar o roteiro em imagem com fluidez. E principalmente, meu excelente entrosamento com meu parceiro de equipe em fotografia Felipe Murgas colaborou e muito para que esse 'desafio' e possíveis dificuldades fossem enfrentados. Sem dúvida, construímos um bom trabalho em equipe.

Qual a importância das oficinas da Kinoforum e quanto ajudou o projeto a se tornar realidade?

Ter participado das Oficinas da Kinoforum foi transformador na minha relação com a fotografia, mas também na minha experiência como pessoa. Trabalhar e respeitar o espaço que cada área tem dentro de uma equipe de audiovisual, driblar imprevistos no set de filmagens e tantas outras coisas foram situações novas para mim e que eu vou levar comigo além do período da oficina. Foi uma experiência que me amadureceu em diversos aspectos. Além disso, os profissionais da Kinoforum deram todo o auxílio e suporte para que o curta fosse realizado.


Quais as locações utilizadas na filmagem?

Gravamos o curta na região onde está localizada a Galeria Olido, na própria Galeria e no Largo do Paissandú. Utilizamos também como locação o Espaço Maquinaria, na Bela Vista, e o Teatro Arena (Núcleo Bartolomeu de Depoimentos), na República.



Qual impacto você espera que o curta tenha nas pessoas que o vejam.

Espero que o curta contribua para uma reflexão sobre a questão da imigração e das pessoas que imigram para a cidade de São Paulo. Antes da nacionalidade, são pessoas como qualquer outra e merecem todo o nosso respeito. O Brasil tem a falsa impressão de si mesmo sobre ser um “país acolhedor” para quem é estrangeiro, mas no dia a dia não é assim e principalmente para quem é estrangeiro negro. vários comentários xenofóbicos enquanto gravávamos com o Joel nas ruas e diante As pessoas são muito preconceituosas e dizem absurdos sem se importar se o “imigrante” está entendendo ou não, presenciamos dessas situações, percebemos o quanto a realização desse curta é importante.


Ficha técnica da equipe do Curta.

Direção: Fredo Peixoto e Elaine Coutrin
Roteiro: Fredo Peixoto, Júnior Oliveira e Roberto Brilhante
Produção: Isa Colombo e Danni França
Fotografia: Felipe Murgas e Jordana Braz
Som: Gildeane Kelly e Vinicius Linhares

Edição: Ana Carolina e Bruna Ferreira

Entrevista por Sandro Duarte
Fotos por Rafael Ferreira